domingo, 21 de novembro de 2010

RELATÓRIO SOBRE A VIVÊNCIA DA AULA DE HISTÓRIA

RELATÓRIO SOBRE A VIVÊNCIA DA AULA DE HISTÓRIA:

Tema: A Influência da África no Nosso Cardápio

Introdução:

A sequencia didática foi vivenciada a partir de seu prévio planejamento. A mesma aconteceu no Colegio Real, instituição privada onde leciono, na turma do 1º ano do 2º ciclo pela manhã.
De modo geral a vivencia dessa sequencia transcorreu de maneira descontraída, e satisfatória com relação aos objetivos propostos a serem alcançados. Os alunos se mostraram motivados e participativos em todo o processo da aprendizagem. O uso da internet possibilitou os alunos realizassem investigações para a construção dos seus conhecimentos, de modo que eles utilizaram as informações para responder a problemática que foi levantada na sala de aula. Pois embora nos sites indicados por mim tenham informações, um contendo uma breve descrição de vários pratos de origem africana, e outro explicações sobre a chegada dos africanos aqui no Brasil trazendo juntamente consigo seus aspectos culturais, a pesquisa só teve sentido a partir das questões que foram levantadas na aula para serem investigadas, os alunos não foram buscar apenas informações, mas realizar análises e fazer reflexões para construir o conhecimento.

1ª Aula:

Iniciei a aula perguntando aos alunos sobre quais eram os alimentos que eles mais gostavam de comer. E maioria das respostas fazia referência à guloseimas como tortas, chocolates, biscoitos e salgados. Como nenhum citou algum prato de origem africana, comecei a perguntar se eles conheciam alguns alimentos específicos, como munguzá, cuzcuz, a tradicional feijoada, etc. Nesse momento os alunos diziam que conheciam e que já tinham experimentado a maioria desses pratos. Perguntei se eles sabiam por quem esses pratos foram criados, sobre quem costumava prepará-los. Os alunos diziam que essas receitas vinham dos cozinheiros e dos programas de TV. Então expliquei que existem muitas receitas que são típicas de um lugar, podendo ser esse lugar próximo ou distante no espaço. Por exemplo. a tapioca típica do nosso Nordeste e Pizza que tem origem Italiana. Desse modo, como já estávamos falando sobre pratos típicos de uma região, lancei a proposta de construirmos um livro de receitas. No entanto seria um livro de receitas específicas de uma região.
Nessa ocasião solicitei que todos fossem ao laboratório de informática para verificar a origem dos alimentos citados e outros no site por mim indicado, a fim de que, depois que descobrirem que esses alimentos eram de origem africana, registrassem no caderno quais daqueles alimentos contidos no site eles conheciam, já provaram ou ouviram falar. Em seguida lancei a questão: porque e como esses pratos ficaram conhecidos no Brasil se eram típicos da África? E eles responderam que do mesmo que a Pizza chegou, o Hamburguer, etc. Então depois dos registros que fizeram, solicitei que fossem no outro site, que falava sobre o período da escravidão no Brasil, o Tráfico Negreiro e da influencia da cultura negra em diversos âmbitos inclusive na culinária. Os alunos puderam perceber que essa influencia da cultura africana chegou as terras brasileiras a partir no período em que os negros vieram ao Brasil como escravos para o trabalho forçado nos engenhos. Solicitei que fizessem registros escritos no caderno sobre a questão que eu tinha levantando anteriormente: Porque e como os pratos africanos ficaram conhecidos no Brasil?

2ª Aula:

Depois das descobertas realizadas na aula anterior, solicitei que cada aluno oralmente socializasse com a turma quais dos pratos daquela relação encontrada no site eles já conheciam. Solicitei que alguns alunos respondessem a questão da aula anterior que foi registrada no caderno. Percebi que os alunos haviam compreendido como aconteceu a influencia da culinária africana no Brasil. Em seguida selecionamos algumas das receitas citadas, as mais simples, para produzirmos um livro de receitas afro-descendentes. Não foi necessário trabalhar a questão do gênero textual receita pois os alunos já o conheciam e estavam familiarizados com a sua estrutura.
Depois da construção do livro de receitas solicitei aos alunos que escolhessem um prato de origem africana para que levassem na próxima aula e falassem sobre seus ingredientes e modo de preparo.

3ª Aula:

Esta aula foi o encerramento da proposta, onde os alunos levaram acarajé (todos foram comprado prontos), munguzá, cuzcuz, quibebe e feijoada. Os alunos explicaram as receitas que levaram e em seguida houve a degustação dos alimentos por todos.
Avaliação:
Foi notável que todos os alunos tiveram bons resultados na sua aprendizagem, conseguindo perceber claramente através de suas participações interativas, investigações e registros o porquê e como aconteceu a influencia da África em nossa culinária, fazendo um reconhecimento de alguns de seus elementos presentes em seus cotidianos.

Conclusão:

O uso da internet como recurso didático sem duvida é motivador para os alunos. No entanto só irá contribuir de fato para suas aprendizagens na medida em que esses alunos são bem orientados pelos docentes para levantar dados, resolver problemáticas, selecionar e questionar as informações que encontram, comparar com informações de outras fontes, buscando fazer análises do que encontram para tirar suas conclusões, sempre sob esclarecimentos e a intervenção do professor quando necessário. Caso contrário, se o docente não tiver uma boa proposta de ensino-aprendizagem, acontecerá o que já acontece com o mau uso dos registros dos livros didáticos, servem apenas para que os alunos armazenem na memória de modo descontextualizado e insignificante as informações neles contidas. Por isso Silva (2007) afirma que:
O entusiasmo por essas conquistas técnicas deve estar mesclado a algumas cautelas, para evitar que se transforme num deslumbramento com a aparelhagem, destituído do pensamento sobre os instrumentos e as conclusões a que eles nos dão acesso.
O professor precisa estar atento aos seus objetivos, apresentando-os com clareza os procedimentos necessários para atingi-los, se apropriando adequadamente dos possíveis recursos tecnológicos para inovar sua didática adentrando, assim, no novo paradigma da proposta de educação que tem se delineado no século XXI.

Bibliografia:

SILVA, Marcos & Fonseca, Selva Guimarães. Ensinar História no Século XXI: em busca do tempo entendido. Campinas, Papirus,2007.

Um comentário:

  1. Poderias ter mostrado como esse 'bom uso' da internet proposto pela bibliografia aparece na tua proposta didática.
    Abraços, Ricardo

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